Desenvolvedores, product managers, UX designers, devs e tech leads: vocês sabem o quanto valem? Na mesa de negociação, o código é um só — valorização profissional com estratégia e inteligência.
No universo tech, onde as vagas crescem e a demanda por talento segue em alta, uma etapa ainda deixa muitos profissionais inseguros: a negociação salarial. A ansiedade de perder uma oportunidade ou parecer “caro demais” leva muitos desenvolvedores e especialistas de tecnologia a aceitarem a primeira proposta — mesmo sabendo que podem (e devem) valer mais.
Para Ana Paula Prado, CEO do Infojobs, a maior HR Tech do Brasil, negociar faz parte do jogo e é sinal de maturidade profissional. “É nesse momento que você adequa o valor do seu trabalho ao que o mercado e a empresa estão dispostos a reconhecer”, afirma.
A seguir, a executiva compartilha 7 dicas práticas para profissionais de tecnologia negociarem seus salários com segurança e clareza — sem parecer inflexíveis ou inseguros:
1. Conheça o seu valor no ecossistema tech
Antes de qualquer conversa, pesquise. Use plataformas como Infojobs, Glassdoor, Levels.fyi e outras específicas do setor. Verifique faixas salariais por cargo, linguagem de programação, tipo de empresa (startup, consultoria, enterprise). Compare com suas hard e soft skills, certificações, projetos open source e histórico de entregas. Saber seu valor no mercado tech é seu ponto de partida.
2. Fale de salário no timing certo
Durante os primeiros contatos com a empresa, foque em entender o escopo técnico do projeto, o stack envolvido, o time e a cultura. Quando o recrutador abrir espaço ou perguntar sobre expectativa salarial, é hora de trazer sua referência com segurança e argumentos.
3. Tenha um “mínimo aceitável” na ponta da língua
Qual o valor mínimo que compensa, para você, sair do projeto atual ou mudar de cidade? Leve em conta a média salarial do cargo, custo de vida, benefícios, equilíbrio entre vida pessoal e profissional e seu plano de carreira. Se esse mínimo não for atendido, melhor não seguir — ou seja claro sobre sua flexibilidade.
4. Olhe o pacote completo, não só o fixo
No setor tech, muita coisa conta: home office híbrido ou full, PLR, stock options, cursos pagos, horário flexível, apoio à saúde mental, bônus por entrega, ajuda com certificações e equipamentos… Compare o “salário emocional” e o total cash. Às vezes, a vaga ideal é aquela com salário ok e perks incríveis.
5. Declare sua expectativa com clareza e postura
Seja direto, mas sem arrogância. Exemplo: “Minha expectativa é entre R$ 9 mil e R$ 11 mil, considerando meu background em backend com Go, liderança de squads ágeis e experiência com AWS.” Isso mostra segurança técnica e profissional.
6. Negocie com empatia — não com rigidez
Evite a postura “ou isso ou nada”. Em tech, quem sabe negociar ganha pontos. Prefira: “Entendo o orçamento da empresa e acredito que possamos chegar a um valor justo para ambos os lados.” Isso demonstra maturidade e inteligência relacional — skills tão valorizadas quanto programação.
7. Saiba recusar (e também aceitar) com sabedoria
Se a oferta final estiver muito abaixo do seu mínimo aceitável e a empresa não mostrar abertura para ajustar, recuse com respeito. Negociar não é romper. Um “não” dito com clareza pode virar um “sim” lá na frente, em outro contexto ou projeto.
Em tech, negociar bem é skill essencial
No universo de código, dados e algoritmos, saber negociar seu salário é quase tão importante quanto saber usar Git. “Uma boa negociação é aquela em que empresa e profissional saem ganhando, com clareza e respeito”, diz Ana Paula Prado.
🎯 E aí, pronto para sua próxima entrevista? Na hora de falar sobre dinheiro, lembre-se: você não está se vendendo — está valorizando tudo o que aprendeu, criou e entregou até aqui.
