Agentes de IA no RH: a revolução silenciosa que personaliza em escala e posiciona o humano no centro da transformação digital.
Felipe Azevedo, CEO da LG lugar de gente
Transformações estruturais quase nunca fazem barulho. Mas mudam tudo. É o que está acontecendo agora com os agentes de inteligência artificial.
Eles não são apenas mais uma tecnologia. São uma nova camada invisível, mas essencial da operação organizacional. E têm o potencial de redefinir a experiência do colaborador em toda a sua jornada, com mais agilidade, precisão e sensibilidade.
O papel desses agentes não é substituir funções humanas. É liberar as pessoas do excesso de tarefas operacionais para que possam focar no que realmente importa: a estratégia e o desenvolvimento. Eles não concorrem com a inteligência humana — eles a potencializam.
Em vez de canais desconectados, surgem redes inteligentes que operam 24/7. Cada agente atua de forma especializada — em seleção, remuneração, desenvolvimento, engajamento — interpretando contextos, acessando sistemas e respondendo de forma personalizada. Mais do que atender uma solicitação, esses agentes compreendem o contexto por trás da pergunta e constroem, em tempo real, respostas ajustadas à realidade de quem está do outro lado.
Isso representa uma mudança profunda na lógica de funcionamento do RH. Deixamos de pensar em canais de atendimento isolados para enxergar uma arquitetura distribuída, com múltiplos agentes colaborando de forma integrada. Cada um com uma função específica, mas todos conectados a uma mesma lógica de serviço: atender com fluidez, consistência e autonomia. A fragmentação cede lugar à orquestração.
O mais relevante? Eles fazem isso em escala. E aí está a força da IA aplicada ao RH: personalização com consistência.
Imagine um colaborador perguntando sobre seu saldo de férias ou um benefício corporativo via whatsapp e por voz. Em vez de e-mails, chamados e espera, ele recebe uma resposta imediata, contextualizada e integrada — considerando seu cargo, tempo de casa, histórico e regras da empresa. Isso já é possível. E está ao alcance.
Esse tipo de resposta, antes impensável em grandes operações, agora pode acontecer com poucos cliques ou até por comando de voz. E não se trata apenas de uma nova interface. É uma nova mentalidade operacional, em que o RH atua como facilitador da experiência e não como intermediário de processos.
Mas aqui vai um dado importante:
Apenas 6% das empresas utilizam IA generativa no RH, segundo o estudo HR Strategy 2025, da Mercer e LG lugar de gente.
Ao mesmo tempo, 31% afirmam que sequer têm planos de adoção até 2025. Ou seja, a tecnologia está disponível — mas a maturidade ainda é baixa. O que isso nos mostra? Que o gap entre o que é possível e o que está sendo feito é real. E é justamente por isso que oportunidade e liderança andam juntas.
Agentes de IA não operam sozinhos. Eles precisam de curadoria, arquitetura, governança. Não basta implementar tecnologia: é preciso projetar fluxos, definir responsabilidades, garantir segurança e treinar times. E, principalmente, manter a experiência centrada nas pessoas. O RH tem esse papel estratégico de guiar essa transformação.
Transformações profundas não esperam validação. Elas pedem direção. Quem enxerga isso agora, lidera
