Juliana Cordeiro, executiva de Gente e Gestão da Vedacit, analisa como a IA transforma o trabalho e reforça a importância da empatia, ética e pensamento crítico na liderança moderna.
Por Juliana Cordeiro, executiva de Gente e Gestão da Vedacit
Nos últimos anos, a inteligência artificial (IA) deixou de ser uma promessa distante para se tornar parte concreta das decisões cotidianas nas empresas. O que antes era um debate restrito à área de tecnologia, hoje atravessa todos os níveis organizacionais — da operação ao comitê executivo.
A IA já redige relatórios, apoia contratações, sugere estratégias e redefine modelos de negócio. Mas, em meio a tanta automação, uma pergunta permanece essencial:
o que continua sendo exclusivamente humano?
A resposta não está na tecnologia em si, mas na forma como escolhemos nos relacionar com ela. O trabalho do futuro não será definido pela quantidade de sistemas implementados, e sim pela qualidade das decisões que conseguimos tomar a partir deles.
O verdadeiro desafio não é apenas usar a IA de maneira eficiente — é repensar o papel das pessoas nesse novo contexto, a forma como aprendemos, colaboramos e criamos valor.
A fronteira entre dados e significado
Enquanto a tecnologia processa dados, somos nós, humanos, que compreendemos contextos.
Enquanto ela acelera processos, nós definimos direções.
A IA pode projetar cenários, mas não interpreta significados.
É nesse ponto que o diferencial humano se consolida — na capacidade de combinar raciocínio analítico com empatia, ética e discernimento.
No setor da construção civil, essa transição tecnológica é observada de maneira ampla, integrando inovação, cultura e aprendizado contínuo. Pouco a pouco, a tecnologia passa a ser vista não como um fim em si mesma, mas como um meio de ampliar o potencial humano.
Produtividade com humanidade
Em um ambiente de negócios cada vez mais dinâmico, é natural que as empresas busquem eficiência e produtividade. Mas o verdadeiro ganho está em liberar tempo para pensar, criar e decidir com clareza.
O grande exercício das lideranças contemporâneas é equilibrar produtividade e humanidade — uma mudança que exige sair do controle de tarefas e avançar para a gestão de impacto.
Nesse novo cenário, o líder deixa de supervisionar processos para orquestrar sistemas híbridos, compostos por pessoas e agentes digitais. Sua missão é garantir que a tecnologia amplifique — e não substitua — o raciocínio humano.
As três competências do futuro
Mais do que nunca, o sucesso organizacional dependerá do cultivo de três capacidades fundamentais:
Pensamento crítico – para questionar dados, identificar vieses e validar informações antes de decidir.
Aprendizado adaptativo – para absorver, desaprender e reaprender em ritmo acelerado.
Gestão ética da tecnologia – para supervisionar agentes digitais com responsabilidade, segurança e propósito.
Essas competências determinam o grau de maturidade e prontidão das organizações para o futuro.
O sentido continua sendo humano
A tecnologia pode mover o trabalho para frente, mas somente as pessoas são capazes de dar sentido a ele.
A inteligência artificial redefine as formas de produzir e decidir, mas é a inteligência emocional, ética e colaborativa que continuará definindo o que significa trabalhar — e liderar — na era digital.
