Pesquisa da Telavita revela que o setor de TI lidera os índices de Burnout no Brasil. Alta cobrança, longas jornadas e cultura de performance extrema acendem alerta para o futuro da liderança em tecnologia.
O setor de tecnologia, símbolo da inovação e da transformação digital nas empresas, agora também lidera um ranking preocupante: o da Síndrome de Burnout entre profissionais em cargos de liderança. Uma pesquisa inédita realizada pela Telavita, plataforma de saúde mental corporativa, com mais de 4.400 profissionais brasileiros, revelou que 66,67% das mulheres em cargos executivos já apresentam Burnout completo — e o setor de TI encabeça os níveis mais críticos de risco entre todas as áreas avaliadas.
A pesquisa indica que 42,5% dos profissionais de tecnologia estão com Burnout completo, enquanto outros 38,1% apresentam sintomas graves de esgotamento emocional. A situação se agrava entre líderes e gestores, em especial mulheres, que acumulam múltiplas pressões em ambientes de alta performance e constante transformação.
“A cultura de urgência e o ciclo contínuo de entregas nas áreas de tecnologia criaram uma rotina de trabalho que ignora os limites humanos. A conta está chegando, principalmente para quem lidera”, afirma Aline Silva, psicóloga e diretora clínica da Telavita.
🖥️ Burnout na TI: quando a inovação cobra seu preço
A ascensão da tecnologia nas empresas impulsionou a demanda por profissionais de TI, mas também trouxe sobrecarga, jornadas fragmentadas, pressão por atualização constante e escassez de talentos. Esse cenário afeta diretamente a saúde emocional de quem está à frente dos times técnicos.
No contexto da liderança, o problema é ainda mais sensível: decisões estratégicas, gestão de pessoas, entregas críticas e necessidade de adaptação constante estão gerando um cenário onde a exaustão não é mais exceção — é rotina.
Além disso, o estudo mostra que executivos de 46 a 55 anos e jovens líderes entre 26 e 35 anos são os mais afetados, o que coloca em risco tanto a experiência quanto a nova geração de talentos do setor.
🔍 Por que o RH e a liderança tech precisam agir agora?
O impacto do Burnout vai muito além do adoecimento individual. Ele compromete:
Inovação e criatividade, essenciais no setor tech;
Tomada de decisão estratégica;
Engajamento e produtividade das equipes;
Capacidade de reter talentos em um mercado altamente competitivo.
Com mais de 472 mil afastamentos por transtornos mentais no Brasil em 2024, o tema já extrapolou a esfera clínica e passou a ser um indicador de risco organizacional e financeiro.
💡 Prevenir é estratégico: como a tecnologia pode ser aliada no combate ao Burnout
Se a transformação digital contribuiu para o ritmo acelerado, ela também pode ser a chave para uma gestão mais inteligente e humanizada. Confira algumas práticas adotadas por empresas inovadoras:
1. Uso de dados para mapear sobrecarga e riscos emocionais
Ferramentas de People Analytics permitem acompanhar indicadores de fadiga, queda de performance, absenteísmo e alertas precoces de estresse.
2. Automatização para aliviar tarefas repetitivas
Adotar automações em fluxos operacionais de TI, atendimento, suporte e desenvolvimento pode liberar líderes e colaboradores para tarefas mais estratégicas — reduzindo pressão e aumentando o foco.
3. Ferramentas de escuta ativa e feedback contínuo
Plataformas integradas de clima e bem-estar oferecem dados em tempo real sobre o humor e engajamento dos times — essenciais para detectar sinais de Burnout antes da crise.
4. Adoção de políticas de desconexão digital
Estabelecer limites para reuniões fora do horário, desativar notificações em feriados e respeitar a jornada contratual é mais do que um gesto de empatia — é uma medida de sustentabilidade corporativa.
🧭 Burnout na TI: problema estrutural exige mudança cultural
A cultura do “sempre online”, a valorização de quem entrega além do limite e o silêncio sobre saúde mental precisam ser revistos. O setor de tecnologia não pode continuar sendo um ambiente que exaure seus líderes enquanto tenta construir o futuro.
“A liderança precisa dar o exemplo. O equilíbrio entre performance e bem-estar começa pelo topo. Se o líder não se cuida, a equipe desaba junto”, conclui Aline Silva.
📌 Conclusão: o futuro da tecnologia depende de pessoas saudáveis
No momento em que a transformação digital se torna o centro da estratégia empresarial, é hora de fazer a mesma revolução na forma como cuidamos de quem está por trás da tecnologia.
O RH tech, as lideranças de produto e os gestores de TI têm a oportunidade — e a responsabilidade — de reconstruir o ambiente de trabalho como um espaço de inovação, sim, mas também de saúde, equilíbrio e inteligência emocional.
Porque a próxima disrupção no setor talvez não venha de uma nova IA, mas de uma liderança que aprendeu a não adoecer para entregar resultado.
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