Mais do que acessório, o CRM é essencial para retenção de clientes, receita recorrente e crescimento sustentável em qualquer modelo de negócio.
Por Livia Menna Barreto Ribeiro, diretora de Marketing da Dinamize
Grande parte das empresas não quebra por falta de faturamento. Elas quebram porque não sabem como manter a receita. Sem previsibilidade, relacionamento e estratégia de retenção, o negócio fica exposto a riscos que poderiam ser evitados. Em um cenário em que adquirir um novo cliente pode custar até sete vezes mais do que manter um já existente, ignorar essa realidade é como construir um castelo sobre areia.
Ainda é comum ver empresários que concentram todos os esforços em tráfego pago, mídia e performance para atrair novos consumidores, mas deixam a conversa morrer logo após a primeira compra. A jornada do cliente se encerra no carrinho finalizado, sem qualquer plano para continuidade do relacionamento. Não há segmentação, régua de comunicação, ações específicas para clientes fiéis ou inativos. Mais grave ainda: falta análise de comportamento para identificar quem são os consumidores mais valiosos.
A comunicação frequente com a base de clientes não é apenas uma questão de marketing. É estratégia de sustentabilidade. A receita recorrente traz estabilidade ao caixa e permite que a empresa cresça com solidez. Para que essa recorrência exista, é preciso nutrir a relação com os consumidores, construir vínculo, entender hábitos de compra e se fazer presente com ofertas relevantes, conteúdo útil e abordagens personalizadas. Quem não se comunica, se distancia. E quem se distancia, perde espaço para a concorrência.
Felizmente, já existem ferramentas que ajudam a transformar essa dinâmica de forma simples e eficaz. A segmentação comportamental, por exemplo, permite analisar a frequência e o valor das compras de cada cliente, direcionando esforços para os de maior potencial. Pop-ups estratégicos ajudam a capturar visitantes e transformá-los em leads qualificados. Recursos interativos, como roletas e brindes digitais, engajam o público e aumentam a taxa de conversão. Tudo isso pode — e deve — estar integrado a um bom CRM e a uma régua automatizada de comunicação.
O que falta, muitas vezes, não é tecnologia. É prioridade. Tratar o relacionamento com o cliente como uma etapa secundária é uma armadilha que custa caro. CRM não é ferramenta de luxo: é a estrutura básica de qualquer operação que deseja crescer de forma sustentável. E comunicação com a base não é detalhe. É um pilar estratégico para manter a empresa de pé.
Mais do que nunca, o mercado exige inteligência na gestão da carteira de clientes. A estratégia precisa ir além da aquisição. Precisa garantir que, depois do “sim”, o cliente continue enxergando valor no relacionamento. E isso só acontece com constância, personalização e presença.
Quem vende uma vez pode comemorar. Quem vende duas, três, dez vezes para o mesmo cliente constrói, de fato, um negócio sólido.