Especialista explica que uso responsável, com discernimento humano, pode ajudar a redefinir o mercado e a atuação de profissionais.
A inteligência artificial (IA) está transformando o mercado de trabalho. Um estudo recente da Unisys com funcionários de empresas nos EUA, Reino Unido, Alemanha e Austrália, revelou que 83% dos profissionais sentem aumento significativo de produtividade graças à tecnologia. Além disso, 71% dos colaboradores afirmam que o uso da IA elevou os níveis de satisfação com as tarefas. Trazendo para o âmbito nacional, a IA pode estar no cerne das discussões sobre temas trabalhistas atuais, como o fim da escala 6×1.
Segundo a especialista no setor, Thais Lino, da dataRain, a IA emerge como uma forma de redesenhar rotinas de trabalho, permitindo maior flexibilidade e eficiência. “Com ferramentas que reduzem a carga de tarefas manuais e otimizam processos, é possível viabilizar jornadas menos intensas sem comprometer a produtividade. Essa é uma chance de promover um ambiente mais saudável para os colaboradores, alinhando inovação tecnológica com bem-estar”, pontua.
A especialista acredita que os números da pesquisa realizada no exterior refletem um impacto profundo e estratégico. Ela aponta ferramentas de IA generativa, como ChatGPT e plataformas de automação, como os principais impulsionadores dessa mudança. Segundo Thaís, essas soluções permitem realizar tarefas como sumarização de textos, criação de conteúdo e análise de dados com alta eficiência, em tempo menor e com qualidade assertiva. “A versatilidade dessas ferramentas é o que mais impressiona. Elas beneficiam áreas como TI, vendas, marketing e até mesmo lideranças, trazendo resultados concretos e mensuráveis”, destaca.
Apesar dos avanços, ainda existem desafios. Um dos maiores entraves é a resistência de profissionais tradicionais e a falta de treinamento adequado. “Ainda há quem copie e cole respostas de ferramentas de IA sem validar a precisão, o que compromete os resultados. A solução está em treinar equipes para usar a tecnologia com discernimento e responsabilidade”, enfatiza Thaís.
Outro dado relevante da pesquisa é que 44% dos profissionais têm utilizado o tempo economizado com IA para se capacitar e expandir conhecimentos. Thaís sugere que as empresas incentivem essa prática com programas estruturados de aprendizado. “Criar trilhas de desenvolvimento profissional que integram a IA é uma excelente estratégia para alinhar o crescimento individual às metas organizacionais”, recomenda.
O domínio da IA também é um diferencial competitivo. Habilidades como análise de dados, automação de processos e uso de ferramentas generativas estão entre as mais valorizadas no mercado. “Profissionais que desenvolvem essas competências estão mais preparados para as oportunidades e desafios de um futuro cada vez mais tecnológico”, afirma.
Com a perspectiva de que a IA se torne ainda mais estratégica, a especialista prevê avanços importantes nos próximos anos. “A IA vai além da produtividade; ela já está ajudando na tomada de decisões críticas e na inovação em setores como saúde e educação. Quem souber utilizá-la de forma ética e inovadora estará na vanguarda”, finaliza.