Como a IA está redefinindo o futuro do recrutamento.
Por Paulo Lázari, CEO e cofundador da Recrutei
A inteligência artificial (IA) está rapidamente transformando o setor de Recursos Humanos, seguindo a tendência observada em diversas indústrias. Um relatório de 2022 da Market Research projeta que o mercado de IA generativa em RH atingirá cerca de USD 1669,3 milhões até 2032, com um crescimento anual de 15,4%. No Brasil, a ABRH aponta que 54% das organizações já utilizam ou planejam adotar IA no recrutamento até 2025. Mesmo entre as pequenas empresas, 22% já incorporaram essa tecnologia.
IA vai substituir os recrutadores?
Apesar do interesse crescente pela IA, muitos mitos persistem sobre seu impacto no recrutamento. Um dos temores mais comuns é que a IA possa desumanizar o processo seletivo ou ameaçar o emprego dos profissionais da área. No entanto, a realidade é que a IA se apresenta como uma aliada poderosa para empresas e candidatos, automatizando tarefas repetitivas e permitindo que os recrutadores se concentrem em aspectos estratégicos da seleção.
Um equívoco recorrente é a ideia de que a IA elimina candidatos sem qualquer intervenção humana, levantando preocupações sobre a imparcialidade e a empatia no processo. Na prática, a IA não substitui o papel dos recrutadores, mas sim os apoia, auxiliando na triagem de currículos e na identificação de talentos com base em critérios predefinidos.
Transformando a triagem de currículos: IA é aliada ou vilã?
Na triagem de currículos, a IA pode analisar dezenas de documentos e identificar automaticamente candidatos qualificados, economizando tempo e reduzindo o risco de erro humano. Embora alguns temam que a IA possa tornar o processo mais impessoal, quando bem implementada, ela pode, na verdade, promover maior transparência. A tecnologia oferece feedback personalizado aos candidatos, ajudando-os a se prepararem melhor para as entrevistas e destacarem seus pontos fortes.
Mais eficiência e transparência no recrutamento
É importante destacar que a eficácia da IA depende da qualidade dos dados e das instruções que recebe. Algoritmos mal treinados ou com dados enviesados podem perpetuar preconceitos, reforçando a necessidade de supervisão humana para garantir uma aplicação justa e precisa da tecnologia.
A IA veio para ficar, e cabe às organizações adotar boas práticas para utilizá-la de maneira coerente. Quando bem aplicada, a IA pode trazer mais eficiência, objetividade e transparência ao processo seletivo, potencializando as habilidades dos talentos e aprimorando a experiência tanto de candidatos quanto de recrutadores.