Insights da HR Tech Conference 2025 — IA generativa, agentic AI, AEO, people analytics, benefícios personalizados e segurança para escalar produtividade com ética.
A Inteligência Artificial (IA) deixou de ser tendência e já produz impacto concreto nos negócios, com o RH no centro dessa transformação. A avaliação é de Mariana Dias, CEO da Gupy, que, após a HR Tech Conference 2025, reuniu sete diretrizes para orientar líderes de pessoas na adoção responsável e estratégica da tecnologia.
Segundo a executiva, o avanço da IA nas organizações exige que o RH coordene dados, cultura e decisões, assumindo protagonismo em frentes como governança, requalificação e experiência do colaborador. A seguir, os principais pontos destacados por Dias.
Sete forças para guiar o RH na era da IA
1) IA como motor de reinvenção organizacional
Referindo-se à leitura de Josh Bersin sobre os “anos da reinvenção”, Dias aponta que 92% dos CEOs já investem em IA generativa com foco em criação de novas receitas (dados citados da PwC). Companhias que realocam internamente mais de 10% da força de trabalho registram 27% a mais de lucro e receita. Para a CEO, estruturas rígidas de cargo tendem à obsolescência.
2) RH no comando da transformação
Casos como o da IBM, que redesenhou o suporte interno com chatbots e reduziu 40% dos custos operacionais, mostram que ganhos vêm quando pessoas, política e ética conduzem a tecnologia. A recomendação é estabelecer governança clara e cultura de experimentação segura.
3) Da automação à IA “agentic”
Com agentes capazes de executar fluxos ponta a ponta, a orientação é deslocar o RH para atividades de cultura, estratégia e experiência, mantendo supervisão humana e critérios éticos nas decisões amplificadas por IA.
4) Recrutamento como jogo de dados e marketing
A disputa por talentos migra para mecanismos de IA (como ChatGPT e Gemini). Estratégias de Answer Engine Optimization (AEO), narrativas autênticas de marca empregadora e experiências digitais consistentes tornam-se diferenciais, especialmente para públicos jovens que buscam benefícios personalizados.
5) Benefícios e experiência sob medida
Citando exemplo da Panasonic, Dias afirma que a personalização suportada por dados em tempo real elevou em 80% a confiança dos colaboradores. O recado: employee experience deve ter o mesmo peso estratégico de customer experience.
6) Habilidades que definem o futuro
Estudo do MIT (2016–2024, com 18 mil tarefas) reforça que empatia, criatividade, inteligência emocional e julgamento ético seguem insubstituíveis. A IA expande produtividade, mas não replica humanidade. O foco é formar lideranças capazes de decidir com responsabilidade em contextos complexos.
7) Segurança e confiança como prioridades
Com o aumento de fraudes, deepfakes e identidades sintéticas, a confiança vira ativo estratégico. Ferramentas como biometria, análise de dispositivos e verificações robustas deixam de ser opcionais. A pergunta, diz a executiva, é se a empresa está pronta para sustentar confiança em escala.
De tendência a operação
Para Dias, o debate já não trata do “futuro” da IA, mas de sua aplicação presente. O desafio central é liderança, não tecnologia: redesenhar estruturas, ouvir as pessoas e garantir que a IA amplifique o humano. “Protagonismo não é concedido; é conquistado”, resume.