Estudo revela que o trabalho é parte fundamental da identidade dos brasileiros, principalmente para a Geração X.
Embora todas as gerações relatem um forte senso de identidade, a Geração X demonstra o maior nível de concordância, com 80% dos entrevistados confirmando essa percepção, segundo uma nova pesquisa do Indeed.
Diversas gerações compartilham o mesmo ambiente corporativo, e a colaboração entre os Baby Boomers (1946-1964), a Geração X (1965-1980), os Millennials (1981-1996) e a Geração Z (1997-2012) está moldando o mundo do trabalho moderno. Um novo estudo conduzido pelo Indeed, site de empregos número 1 do mundo, destacou os principais desafios e aprendizados dessa convivência multigeracional.
“As expectativas de diferentes gerações dentro da mesma equipe impactam diretamente a produtividade e a satisfação no cotidiano. Enquanto 82% dos respondentes brasileiros afirmam colaborar com pessoas de diferentes gerações no trabalho, compreender as características e habilidades que cada pessoa traz para o ambiente corporativo pode ajudar as empresas a melhorar o bem-estar profissional”, afirma Lucas Rizzardo, diretor de Vendas do Indeed Brasil.
Aspirações profissionais e identidade
Tanto os Baby Boomers quanto a Geração X tendem a associar seus empregos de forma mais próxima à própria identidade, mas essa percepção é forte em todos os grupos etários. Segundo a pesquisa, 75% dos entrevistados afirmam que o trabalho faz parte de sua identidade. Entre eles, a Geração X se destaca, com 80% concordando com essa afirmação, seguida pelos Baby Boomers (77%), pelos Millennials (73%) e pela Geração Z (70%).
Expectativas de equilíbrio entre vida pessoal e profissional
As diferentes faixas etárias também demonstram uma visão equilibrada quando se trata de priorizar a separação entre vida pessoal e trabalho. Para a Geração X, 59% dos entrevistados enfatizam que, ao escolher um emprego, priorizam o equilíbrio entre essas duas esferas, seguidos pelos Millennials (57%), pela Geração Z (56%) e pelos Baby Boomers (55%).
Outro contraste entre as gerações é a disposição para trabalhar além do horário regular. O estudo mostra que 62% dos Baby Boomers e 60% da Geração X permanecem disponíveis fora do horário comercial, enquanto 50% dos Millennials e da Geração Z compartilham essa tendência.
“A mudança nas perspectivas de equilíbrio entre vida pessoal e profissional reflete alterações estruturais no ambiente de trabalho. As gerações mais novas sinalizam uma reavaliação de prioridades, buscando produtividade e entrega eficiente sem comprometer a qualidade de vida. Essa transformação redefine o engajamento e representa um chamado para que as empresas repensem seus modelos de gestão e retenção de talentos, alinhando a cultura organizacional às expectativas intergeracionais”, explica Rizzardo.
Preferências das gerações no ambiente corporativo
Quando se trata do uso da tecnologia e de estilos de comunicação no dia a dia profissional, as diferenças geracionais se tornam ainda mais evidentes. As faixas etárias mais velhas geralmente adotam um estilo de comunicação mais formal e tradicional, o que pode entrar em conflito com os métodos informais e ágeis preferidos pelas gerações mais jovens, que tendem a utilizar plataformas de mensagens instantâneas, por exemplo.
Essas diferenças criam desafios no trabalho: 31% dos profissionais citam as divergências no estilo de comunicação como um dos principais obstáculos ao trabalhar em equipes multigeracionais, com a Geração Z e os Baby Boomers (33%) destacando esse problema mais do que os Millennials (25%). Além disso, para 35% dos entrevistados, métodos e comportamentos de trabalho diferentes são as barreiras mais significativas na colaboração com colegas de diferentes grupos etários.
As diferenças no uso da tecnologia também são um ponto importante, especialmente entre os Baby Boomers (33%) e a Geração X (30%), em comparação com os mais jovens, que estão mais familiarizados com as novas ferramentas digitais. No entanto, a troca de conhecimentos não é uma via de mão única, já que os colaboradores mais velhos também auxiliam os colegas em determinadas tarefas, desafiando a percepção comum de que apenas os mais jovens dominam a tecnologia e ajudam os demais.
Os dados revelam que 40% da Geração Z e 35% dos Millennials já ajudaram um colega mais velho a anexar um arquivo a um e-mail, enquanto 17% da Geração X auxiliaram alguém mais jovem na mesma atividade. Além disso, 20% dos Baby Boomers já ajudaram um colega mais novo a imprimir um documento.
“Essa é uma grande oportunidade para superar barreiras geracionais, tecnológicas e de comunicação. Com a Geração Z trazendo sua expertise em novas tecnologias e os Baby Boomers compartilhando sua longa experiência no mercado de trabalho, há uma excelente chance de troca de conhecimentos”, sugere Rizzardo.