Especialista da Alura aponta como os algoritmos são utilizados para potencializar a forma com que os investidores operam seu dinheiro.
O mercado financeiro, antes marcado pela imprevisibilidade, assiste a uma revolução impulsionada pela Inteligência Artificial. Estudo da consultoria PwC revela que 74% das empresas do setor acreditam que a IA generativa potencializará suas ferramentas e qualidade dos produtos e serviços já nos próximos 12 meses. E os números comprovam essa tendência: a Statista projeta um crescimento exponencial do mercado global de IA generativa no setor financeiro, saltando de US$ 850 milhões em 2022 para US$ 9,5 bilhões até 2032.
Com plataformas de investimento cada vez mais sofisticadas, os algoritmos de aprendizado de máquina analisam um oceano de dados em tempo real, identificam tendências e executam negociações com velocidade e precisão inimagináveis. A era da intuição deu lugar à era dos dados, o que transformou a maneira como os investimentos são feitos, moldando o futuro do setor.
Bruno Klassmann, CFO da Alura, ecossistema de educação em tecnologia, destaca a democratização como um dos pilares dessa revolução. “Ferramentas antes restritas a grandes instituições tornam-se acessíveis a investidores individuais, que passam a competir em igualdade de condições, assim como as plataformas algorítmicas, com seu poder de análise, abrem um leque de oportunidades para quem busca investir com mais segurança e eficiência“, diz.
O especialista prevê uma transformação no curto prazo. “A IA está desenhando um novo cenário para o mercado de ações. Com ela, é possível automatizar tarefas complexas, ampliar o acesso a ferramentas sofisticadas, melhorar a tomada de decisão e personalizar a experiência de investimento, o que possibilita que pessoas com diferentes conhecimentos sobre o tema possam investir”, explica Klassmann.
Rendimento potencializado
Todo esse potencial atribuído às plataformas de investimento algorítmico é fruto da capacidade da IA para processar grandes volumes de dados em tempo real, uma habilidade contraditória à mente humana. Essa análise constante e instantânea permite identificar oportunidades e gerenciar carteiras de investimentos com alta eficiência, otimizando o potencial de retorno de acordo com o perfil de risco e horizonte de investimento de cada usuário. Os algoritmos trabalham de forma autônoma, adaptando-se às flutuações do mercado e maximizando os resultados sem a necessidade de intervenção constante do investidor.
Klassmann destaca que isso é possível graças ao chamado machine learning, ou aprendizado de máquina, que permite que a IA identifique padrões e correlações complexas, que muitas vezes passam despercebidas à perspectiva humana, para prever movimentos do mercado com mais precisão. “Os algoritmos aprendem e evoluem continuamente a partir dos dados, e adaptam-se às mudanças do mercado e aprimoram suas estratégias ao longo do tempo. Ação que auxilia o investidor na tomada de decisão com base em seus objetivos e perfil”, detalha.
A ausência de emoções na tomada de decisão é outro fator crucial para o sucesso dos investimentos algorítmicos. Enquanto os investidores humanos são suscetíveis a decisões impulsivas e irracionais, os algoritmos se mantêm imunes a esses fatores, baseando-se em dados e probabilidades. Esta característica contribui para a consistência dos resultados a longo prazo e minimiza riscos de perdas por decisões precipitadas.
“Os algoritmos tomam decisões baseadas puramente em dados e probabilidades, elimina o fator emocional da equação, sendo esta muitas vezes responsável por decisões impulsivas e irracionais por parte de investidores”, conclui o CFO da Alura.